Biópsia Endomiocárdica

A Biópsia Endomiocárdica tem se tornado cada vez mais restrita devido ao avanço de outras tecnologias menos invasivas: ressonância magnética (RM), cintilografia e strain eco.

É realizada por técnica guiada pela fluoroscopia, após anestesia local, com biópsia da parede do septo interventricular, da cavidade do ventrículo direito (VD), no laboratório de hemodinâmica, após punção preferencialmente da veia jugular interna direita devido à rigidez do biótomo.

A biópsia adequada é aquela cuja amostra tenha em média 3 a 4 mm3 de volume, seja avermelhada e, quando colocada na solução formalina, deve afundar até a base do frasco.

As complicações são raras e ocorrem em torno de 1% dos casos: perfuração, tamponamento, BAV, arritmias, pneumotórax, fístulas coronarianas para a cavidade do VD, dano ao aparato valvar tricúspide e CIV.

O RNI deve estar menor que 2,0 nos pacientes em uso da Varfarina e, em relação ao uso dos DOACs, o paciente deve estar 24h sem ingestão do mesmo.

A biópsia é muito útil nos pacientes transplantados cardíacos, tanto na programação protocolar de rotina programada como nas suspeitas de rejeição. Desta forma, ela serve como diagnóstico bem como na classificação do grau da rejeição.

É útil também na suspeita de reatividade chagásica nos pacientes transplantados imunossuprimidos, quando a causa original da cardiopatia é a doença causada pelo protozoário da Doença de Chagas.

Ela traz informações adicionais na maioria das miocardiopatias, mas muitas vezes sem mudar o prognóstico das doenças.

É empregada: na suspeita de granulomatose da Sarcoidose (onde pode-se tratar com imunossupressão); na insuficiência cardíaca fulminante por miocardite, entre 3 semanas a 3 meses (Indicação Classe I Nível de Evidência B); na insuficiência cardíaca grave com mais de 3 meses (Indicação Classe IIa Nível de Evidência B).

Seu uso é importante na miocardite por células gigantes, na miocardite eosinofílica necrotizante e na miocardite linfocítica, pois mudam o prognóstico quando diagnosticados e tratados com imunossupressores.

Traz significativa contribuição nas miocardites restritivas – como a hemocromatose e anloidose – podendo definir o diagnóstico. Porém, existem métodos menos invasivos (RM e Cintilogafia).

Nos tumores, como os mixomas, é contraindicada pela natureza emboligênica da doença.

Pode ser utilizada na quantificação do colágeno em determinadas doenças e sua resposta ao tratamento, como ocorre na esclerodermia (involução do colágeno após tratamento específico).

Em geral, é um procedimento seguro. O paciente deverá permanecer no hospital por pelo menos 6h após sua realização.

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